jueves, 4 de octubre de 2007

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram
sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos
conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento
intensoe que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a
sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que
gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por
todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e
não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas
por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para
conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos
os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais
profundas angústias
se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está
no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta
que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

Gracias para el grande poeta brasileño...

4 comentarios:

Anónimo dijo...

Me ha gustado mucho este texto, y me da taaanttoooo que pensar ... pero voy a ver si trato de pensar menos, y vivir más ¿quieres ir al cine esta noche conmigo?

isabel dijo...

Milagrosamente no sé portugués y lo he entendido perfectamente..... a ver si ahora es posible que mi neurología lo integre.....magnífico, una gran lección, si señor.

carmen dijo...

Lo mismo que Isabel, me ha entrado perfectamente sin tener ni idea de portugués. Precioso. ¡A por ello!

Viky dijo...

Jeje, yo lo he entendido perfectamente también, aunque con truco. Para no perderme nada,he buscado un traductor en Internet, (y luego del traductor automático me lo he traducido al español). Precioso, precioso. Ahora espero que mi neurología lo integre por lo menos dos veces, en portugués y en español. Gracias dobles a los poetas Allan y Carlos.